domingo, 18 de abril de 2010

Desejo...

Ânsia de ser assim- uma pessoa comum, repleta de sonhos, de desejos... Desejo de andar na areia, pensando na vida, pensando naquilo que passou... Desejo de reconhecer essa inocência anônima, esse asco que me penetra alma adentro e que fica lá, preso, feito um bicho estranho. Bicho estranho que sou eu mesmo, senhor de mim, senhor das minhas atitudes, senhor dos meus sonhos frustrados, inacabados. Sensação eterna de estar pela metade. Metade amor, metade sexo, metade alegria, metade literatura, metade cinema, metade poesia.... Prisão eterna, devaneio constante... E como é bom viver de devaneios, como é bom pensar que não há escolhas e o que há é apenas o que há para se ter... A vida é assim mesmo, um eterno folhetim barato, um musical inacabado, uma tosca comédia romântica dos anos 30, dessas que arrancam lagrimas e sorrisos ao mesmo tempo. Hoje quero ser eu mesmo, quero ser Clarice e sua profunda desgraça de ser o que é, quero ser Caio e sua mais cortante angustia trágica, quero ser alguém que não segue o rebanho, quero ser alguém original, será que tentar ser feliz me torna original? Se é possível, alguém aí cima, por favor, me deixe ser feliz....

2 comentários:

  1. "E como é bom viver de devaneios, como é bom pensar que não há escolhas e o que há é apenas o que há para se ter...um eterno folhetim barato"
    Me rasgou.

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  2. "A felicidade, tão propagada, pode ser uma opção contrária ao que intimamente desejamos. Você cumpre o ritual todinho, faz tudo como o esperado, e é feliz, puxa, como é feliz.
    E o grito lá dentro: mas você não queria ser feliz, queria viver!" M.Medeiros

    me lembrei desse trecho com o texto

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